plural

PLURAL: os textos de Márcio Bernardes e Rony Cavalli

18.398



A menina e a legião de imbecis
Márcio de Souza Bernardes
Advogado e professor universitário


style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

Não é de hoje que muitos afirmam que estamos vivendo numa era neomedieval. Um novo "período das trevas", em que a população ignorante, facilmente manipulada por fanatismos religiosos e políticos, não titubeia em cometer os mais horrorosos crimes contra o bom senso, a ciência e a razão. Exemplos abundam e basta "navegar" pelas ondas da web e redes sociais que logo nos deparamos com linchamentos virtuais, destruição de reputações, crimes contra a honra, abalos de imagem, cometidos por "cidadãos de bem", "gente do povo". De acordo com Umberto Eco "as redes sociais deram o direito à palavra a uma legião de imbecis". Longe de mim restringir liberdades, mas me parece que Umberto Eco tem razão. Uma pergunta, no entanto, fica martelando: quem usa essas redes sociais para insuflar esta legião de imbecis?

Escrevo esta coluna estarrecido com o caso da menina de 10 anos de idade, do Espírito Santo, que foi vítima de estupro durante longos quatro anos. O estuprador era um tio da menina. A criança ficou grávida em decorrência das violências. Levada ao Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, em Vitória, os médicos avaliaram que a gestação já tinha 22 semanas e quatro dias. Foi obtida decisão judicial autorizando, com fundamento no Código Penal e no Estatuto da Criança e Adolescente, a realização de aborto. A menina foi transferida para um hospital em Recife, para a realização do procedimento. O caso, por si só já é absurdo e demonstra que falhamos enquanto sociedade, já que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com prioridade, seus direitos e proteção contra a negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, conforme o art. 227 da Constituição Federal. Mas o problema, aqui, é a legião de imbecis de que fala Umberto Eco. Estes, com o tio estuprador, são criminosos que, em nome de uma suposta moral, continuam a perpetuar crimes contra a menina de 10 anos.

Nas redes sociais, "cidadãos de bem", homens e mulheres, demonstraram com toda a cor e brilho suas desumanidades, ignorâncias, ódio. Em diversas postagens "a favor da vida", vê-se muita preocupação com o feto e nenhuma com a vida da criança de 10 anos vítima de estupro. Exposição de sua identidade, endereço do hospital, agressões, em nome de "Deus", contra a menina, médicos, o Ministério Público, Juiz, e por aí vai o show de horrores. Quem insufla? Bom, aqueles acostumados com as sombras, com as trevas: os fundamentalistas e extremistas de sempre. Tempos sombrios!

O tamanho do descrédito da imprensa
Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário


style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">

A luta da grande mídia contra a eleição do Presidente Jair Bolsonaro vem desde o período eleitoral. Esta luta foi "in glória", sacramentada pelo triunfo do primeiro candidato a presidente efetivamente representante da direita conservadora. A vitória foi acachapante e humilhante, já que o então candidato venceu o todo poderoso establichment com um celular montado sobre um tripé, com uma bandeira do Brasil ao fundo, em verdadeira gambiarra e contra toda a mídia e analistas políticos, que o colocavam como motivo de piada. Sempre referi que a vitória do Presidente, nestas condições, foi o mais emblemático e só por isto já valeu apoiá-lo. O sabor de ter quebrado as pernas do sistema, desta forma, é néctar puro ainda hoje sentido.

Analistas políticos diziam que quando iniciasse a propaganda eleitoral em rádio e televisão, o sistema, como uma "máquina de moer", trituraria Bolsonaro. Embora tenham sido vários analistas políticos e 90% da imprensa tradicional, o mais cômico e que antes da eleição fazia piada, chamando de ridículas as chances do candidato, foi Reinaldo Azevedo, então comentarista da Veja. Após as eleições, foi Azevedo que virou "meme" nas redes sociais em razão de sua desastrosa análise.

A imprensa não desistiu, antes pelo contrário, seguiu batendo e perseguindo o agora Presidente desde o primeiro dia de mandato e não há nada que o governo faça que seja noticiado como positivo nas mídias tradicionais.

Na semana que passou, o Data Folha se atreveu medir a popularidade do Presidente e não deu outra. Os que avaliam o governo como ótimo ou bom subiu de 32% em junho para 37% e a rejeição que era 44% despencou 10 pontos e ficou em 34%.

Os institutos de pesquisa em relação à aferição eleitoral estão tão desacreditados ou mais do que a imprensa, já que suas "pesquisas" de intenção de voto em 2018 foram ridículas, para não qualifica-las, de pronto, como verdadeiras tentativas de "estelionato" e de manipulação do eleitorado, se ainda acreditarmos que têm capacidade de aferição.

Considerando a alta da aprovação do Governo, a conclusão é uma só. Imprensa, liderada pela Globo em desespero, enxergando sua falência que se avizinha em razão de terem minguado as verbas públicas das quais se acostumara se alimentar nos governos anteriores, não tem mais qualquer credibilidade. Este é o motivo da perseguição para calar as mídias alternativas, às quais comandaram as eleições de 2018 e comandarão as de 2022, com os antigos donos do monopólio da opinião jogados para escanteio.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Estamos no vermelho Anterior

Estamos no vermelho

PLURAL: os textos de Juliana Petermann e Eni Celidonio Próximo

PLURAL: os textos de Juliana Petermann e Eni Celidonio

Colunistas do Impresso